

“Sempre me apaixonei por várias técnicas, teorias e metodologias simultaneamente, o que me dificultou a escolha duma orientação especifica, até que percebi que dentro de qualquer uma poderia também ter a minha”.
A minha orientação é Psicoterapia Psicanalítica e neste momento encontro-me em formação em Psicologia Analítica (ou junguiana).
Um psicoterapeuta tem que se comprometer a ver o mundo de quem nos procura com os seus próprios olhos. Para entender a verdade interior das pessoas (a única que nos diz respeito), tem que se saber ouvir, sem filtros feitos de julgamentos e de estereótipos, seguindo cada fio condutor, como se estivéssemos no labirinto emocional da pessoa. E nesse labirinto, que poderá ter infinitos panos de fundo, ter-se-á de estar atento a tudo o que se vai encontrando, mesmo aquelas partes que parecem insignificantes.
Teremos de ajudar a desenterrar assuntos para que seja possível enterrar de formar digna partes que ficaram despedaçadas, bloqueando portas e, ainda, poderemos sugerir novas construções e terrenos prontos a cultivar.
Haverá alturas em que será preciso resgatar a pessoa de abismos infinitos e por vezes até precisaremos de a reanimar. Terá de se estar ao lado da pessoa até ela perceber que já se consegue equilibrar sozinha, largando-a aos poucos. Mostrar que o equilíbrio é ela que o
faz.
As pessoas são mundos e, muitas vezes, os sintomas que nos trazem são peças soltas que elas próprias irão saber juntar, com o encaminhamento e contenção que se poderá proporcionar quando se tem uma boa base empírica, mas sobretudo, quando temos a capacidade de ver a pessoa por detrás de todas as construções e catalogações que já lhe foram feitas até chegarem até nós.
É importante respeitar a velocidade pessoal de cada um, abrindo apenas as portas que se vão destrancando e libertando.
Comprometo-me a receber assim quem me procura, como a pessoa que é, na sua totalidade, na sua unicidade e individualidade. Importante como qualquer outro, como todos têm de ser.
Até já.

